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Deficiente conquista vaga depois de faculdade com intérprete

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Foto de Lindolfo
1314707701TerrA.jpg - Foto: Terra
Por Marina Pita - São Paulo

Lindolfo Soares de Azevedo, 28 anos, tem deficiência auditiva e conseguiu seu primeiro emprego em outubro de 2009. A chave para sua inclusão no mercado de trabalho, em sua opinião, foi a formação em design de interface por meio de curso superior no qual investiu quatro anos. Com um currículo de peso, conseguiu a atenção do Grupo TBA, da área de tecnologia da informação, e hoje tem renda própria e independência financeira.

Para ele, o fato de a faculdade na qual estava matriculado ter contratado um intérprete capacitado em libras, conhecida como língua dos sinais, foi decisivo para o sucesso de sua empreitada. O que muitos não sabem, porém, e ele faz questão de frisar é que as instituições de ensino têm obrigação de oferecer as condições adequadas para que os alunos com deficiência possam estudar.

O decreto 3.298/99, que regulamenta a lei nº 7.853/89, instituiu a "Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência", determinando no seu artigo 27 que "as instituições de ensino superior deverão oferecer adaptações de provas e os apoios necessários, previamente solicitados pelo aluno portador de deficiência, inclusive tempo adicional para realização das provas, conforme as características da deficiência".

Hoje, Azevedo desenvolve layouts para a diretoria de recursos humanos do Grupo TBA. Está contente em poder trabalhar na área de sua formação e vem enfrentando com determinação as dificuldades de comunicação na rotina. "Mesmo eu compreendendo parte do que as pessoas falam, é fundamental que eles se comuniquem de forma mais clara e nem todos o fazem", aponta.

Outro desafio para o profissional é a compreensão dos e-mails. A construção de textos e a leitura são difíceis para grande parte dos surdos, já que muitos não foram alfabetizados adequadamente e tampouco aprenderam o português verbal. Para contornar esta situação, Azevedo conta com a ajuda de alguns colegas.

Atualmente empregado, ele é um dos defensores da lei de cotas. "Um portador de necessidades especiais precisa investir muito em saúde e aparelhos. Por isso é importante podermos trabalhar. Além disso, é muito importante para termos mais oportunidades, mais convívio social entre todos da empresa".
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