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Desafios do braille

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1523283869DIA_NACIONAL_DO_BRAILLE.png - Foto: ASCOM/ Faders Acessibilidade e Inclusão
Em computadores, a aplicação do braille se dá por linhas ou por displays, que apresentam conteúdos textuais falados por sintetizador de voz. O dispositivo apresenta uma linha de 40 caracteres em braille onde o usuário faz a leitura de forma rápida e confortável.

Segundo Emanuel Noimann, consultor de tecnologias assistivas da Faders - Acessibilidade e Inclusão, apesar da evolução, – e mesmo com todos os benefícios que o sistema oferece – há uma tendência atual para uma menor utilização do braille e para uma menor qualidade em sua produção. Livros didáticos, literatura e demais conteúdos impressos em braille, perderam espaço – entre outros fatores – para os livros falados, amplamente difundidos.

“Podemos destacar a exiguidade dos acervos em braille, que podem não corresponder às necessidades dos potenciais usuários. Outro fator importante a ressaltar diz respeito ao ensino desse método, que nem sempre é ministrado de forma a proporcionar aos estudantes um conhecimento adequado do sistema e a incentivar práticas de motivação de sua utilização”, disse Noimann.

Para o consultor, os livros falados e a informática são muito importantes para o desenvolvimento cultural dos cegos, mas nada poderá ou deverá substituir o braille como o sistema base da educação.


O sistema braille

O sistema (ou método) braille é um processo de escrita e de leitura baseado em 63 símbolos em relevo, resultantes da combinação de até seis pontos dispostos em duas colunas de três pontos cada. Pode-se fazer a representação tanto de letras, como algarismos e sinais de pontuação. Ele é utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão, e a leitura é feita da esquerda para a direita, ao toque de uma ou duas mãos ao mesmo tempo.

O código foi criado pelo francês Louis Braille (1809 - 1852), que perdeu a visão aos 3 anos e criou o sistema aos 16. Ele teve o olho perfurado por uma ferramenta na oficina do pai, que trabalhava com couro. Após o incidente, o menino teve uma infecção grave, resultando em cegueira nos dois olhos.


No Brasil

Em 1854 o sistema braille foi adotado no Imperial Instituto dos Meninos Cegos (hoje, Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro), sendo assim, a primeira instituição na América Latina a utilizá-lo. Deve-se isto aos esforços de José Alvares de Azevedo, um jovem cego brasileiro, que o havia aprendido na França.

Diferentemente de alguns outros países, o sistema braille teve plena aceitação no Brasil, utilizando-se praticamente toda a simbologia usada na França. A exemplo de outros países, o Brasil passou a empregar, na íntegra, o código internacional de musicografia braille de 1929.
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