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Do handebol ao kart, cadeirante Denilson Souza vem atraindo novos desportistas em Santa Maria

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Denilson Souza acordou às 6h30min, dirigiu de Camobi, onde mora, até a Escola Gomes Carneiro, no bairro Noal, às 8h, participou de olimpíada escolar com os estudantes e voltou para casa ao meio-dia. Ele almoçou e, à tarde, deslocou-se para uma pista de kart em Camobi, às 15h, e concedeu entrevista ao "Diário". Duas horas depois, foi ao Ginásio 2 da UFSM, treinou basquete até as 19h30min e voltou para a sua residência.

À noite, ainda passaria um tempo com o filho Deniel Vítor, 16 anos. Assim, foi o corrido dia do santa-mariense de 38 anos. Só há um detalhe: Denilson não tem o movimento das pernas.

E é pela força de vontade de Denilson que as modalidades adaptadas têm conquistado cada vez mais espaço no mundo esportivo de Santa Maria e da região. Não é de hoje que o multiatleta assume papel de protagonista por onde passa. E, agora, após representar a cidade em competições de handebol, canoagem, atletismo, basquete e bocha, Denilson tenta realizar uma ação pioneira no Estado: a 1ª Copa Parakart.

– Temos uma pista de kart aqui (em Santa Maria). Por que não fazer? Dei uma sugestão de fazermos, ainda em dezembro, a apresentação da ideia para os tetraplégicos, paraplégicos, amputados e aos interessados em ajudar. Mais de 100 pessoas demonstraram interesse – comemora Denilson.

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Totalmente engajado com a iniciativa, o proprietário da Speed Pista de Kart, do bairro Camobi, Paulo Garcia da Rocha, pretende elaborar, já nos próximos dias, um projeto para comercialização e divulgação da copa.

Além do kart, Denilson tem várias outras ideias que espera colocar em prática em breve. Entre elas, a criação da Associação Santa-Mariense Paradesportiva (Assampar). Segundo Denilson, cerca de 15 pessoas praticam atividades de esportes adaptados em Santa Maria atualmente.

Uma queda do sexto andar não derrubou Denilson

A segunda parte da vida de Denilson começou há nove anos. Foi quando ele ficou paraplégico após cair do sexto andar de um prédio em Santa Maria. Meses depois, conheceu o esporte adaptado na Rede Sarah, em Brasília, enquanto fazia tratamento de fisioterapia. Mas foi depois de voltar ao Coração do Rio Grande, em 2009, e ler uma reportagem do "Diário" que Denilson começou a praticar o handebol em projeto capitaneado pela UFSM.

– A minha qualidade de vida está muito melhor. Se hoje eu pratico esportes adaptados também é por causa do "Diário". Há nove anos, um vizinho me levou uma reportagem sobre um projeto de handebol adaptado na UFSM. Comecei a jogar e fui até para a seleção brasileira de handebol em cadeira de rodas. São episódios assim, como a matéria publicada, que marcam a vida da gente e fazem eu ser o que sou hoje – lembra Denilson.

No último sábado, em Carlos Barbosa, os cadeirantes Denilson Souza e Francisco Hoffmann representaram a Associação Cruzeiro do Sul, de Santa Maria, na 2ª edição do Campeonato Estadual de Bocha em Cadeira de Rodas.

Entre 18 competidores, Denilson foi eliminado ainda na primeira fase. No entanto, o parceiro dele, Francisco Hoffmann, concluiu a sua participação na quarta posição.
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