Governo do Estado do Rio Grande do Sul
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Início do conteúdo

Rio lança maquete tátil do Parque Olímpico e emociona atletas e alunos

Publicação:

Imagem maquete com diferentes texturas à disposição do toque dos deficientes visuais (Divulgação/EOM).

Por Helena Rebello
Rio de Janeiro

Até então, Felipe Gomes só havia ouvido falar do Parque Olímpico de 2016. Com a experiência de quem esteve nos Jogos de Pequim e Londres, o campeão paralímpico tinha alguma base para imaginar a magnitude da estrutura no Rio de Janeiro, mas nada além do plano das suposições.

Nesta segunda-feira, como parte dos eventos comemorativos pela contagem de 500 dias para as Paralimpíadas, o velocista e outros atletas do Time Rio tiveram a oportunidade entender de fato como será o principal polo esportivo dos Jogos de 2016. Tateando com as mãos, eles conheceram cada uma das construções através de uma maquete tátil.

- Eu fui ao museu do Louvre em Paris, perguntei pela Monalisa, e me falaram que estava a dez metros de distância. Para mim, não dizia nada, e isso é o que acontece muitas vezes. Nós só podemos imaginar. Quanto às Paralimpíadas, em Pequim tudo era muito grandioso. Em Londres eu tive minhas maiores conquistas, mas no Rio a gente só ouvia dizer que seriam os maiores Jogos da história, mas a gente não tinha noção. Eu pensava: o velódromo é quadrado, é redondo? Essa oportunidade melhora muito na nossa criação da imagem e a gente tem uma percepção real do que está sendo preparado para a gente competir, se hospedar e tudo mais - disse Felipe medalhista de ouro nos 200m da classe T11 em 2012.

A maquete tem área de 1,3m² e utiliza uma escala de 1 para 750 para reproduzir as instalações reais, que ficam na Barra da Tijuca. A base da peça é de madeira MDF, e os prédios e arenas foram feitos em acrílico, chapa de PVC e madeira, resistentes ao toque e que também não oferecem risco aos deficientes visuais – como superfícies pontiagudas.

Houve ainda a preocupação do uso de diversas texturas para diferenciar elementos como água (Lagoa de Jacarepaguá), vegetação e diferentes pisos, além de placas em Braille identificando cada uma das construções.
Além das nove arenas esportivas (Arenas Carioca 1,2 e 3, Arena do Futuro, Estádio Aquático, Centro de Tênis, Velódromo, Parque Aquático Maria Lenk e Arena da Barra), estão representados também o Centro de Imprensa (MPC), o Centro Internacional da Transmissão (IBC), o hotel de mídia e o Live Site. O Parque abrigará disputas de 16 modalidades olímpicas e nove paralímpicas.

Secretária Municipal da Pessoa com Deficiência, a técnica de ginástica Georgette Vidor prestigiou o evento e partilhou a mesma opinião de Felipe, enfatizando a importância de ações como a construção desta maquete para que mais pessoas entendam a dimensão de um evento como os Jogos de 2016.

- Quando se fala em acessibilidade as pessoas logo pensam em uma rampa, na acessibilidade física, e raramente pensam no acesso ao conteúdo. Sem essa maquete os deficientes visuais não poderiam imaginar como o Parque ficaria, porque não haveria como tocar nestes ginásios. Aqui eles podem ter noção exata de como vai ficar esse espaço. Isso é sensacional. Agora, já que fizemos essa maquete, vamos ter que fazer as outras áreas, Deodoro etc...

A maquete ficará exposta no Instituto Benjamin Constant, onde foi lançada nesta segunda, por um mês. Depois deste período, a peça será apresentada aos alunos das três unidades dos Ginásios Experimentais Olímpicos (GEOs), no Caju, em Pedra de Guaratiba e em Santa Teresa. Quando concluído esse “tour”, a maquete será transferida para a sede do Comitê Organizador Rio 2016, onde ficará exposta junto às logomarcas tridimensionais das Olimpíadas e das Paralimpíadas de 2016.
FADERS