A audiodescrição, o computador e o colapso da atenção
Publicação:
Lívia Motta, autoridade em audiodescrição, define assim esse incrível recurso:
A audiodescrição é um recurso de acessibilidade comunicacional que amplia o entendimento das pessoas com deficiência visual em todos os tipos de eventos, sejam eles acadêmicos, científicos, sociais ou religiosos, por meio de informação sonora. Transforma o visual em verbal, abrindo possibilidades maiores de acesso à cultura e à informação, contribuindo para a inclusão cultural, social e escolar. Além das pessoas com deficiência visual, a audiodescrição amplia também o entendimento de pessoas com deficiência intelectual, idosos, pessoas com déficit de atenção, autistas, disléxicos e outros.
Ou seja: a audiodescrição tem 1001 utilidades e traz ganhos para muitos grupos da população.
Gostaria de acrescentar uma utilidade: a audiodescrição também contribui para prender a nossa atenção. O post “A Internet: Vivendo em Bolhas e o Colapso de Atenção”, do Prof. Dr. João Luís de A. Machado inspirou este link entre a audiodescrição, a Internet e o que Eli Pariser chama “colapso da atenção”.
Explico: o computador, conectado à Internet e presente em nossa vida com suas luzinhas piscantes e chamadas sonoras, tiraniza nossa atenção.
Pariser constata que “A tarefa de examinar esta torrente cada vez mais ampla em busca das partes realmente importantes, ou apenas relevantes, já exige dedicação em tempo integral”. (negrito meu)
Por sua vez, o Prof. João Luís nos provoca:
Como está o seu autocontrole em relação à forma como lida com entrada de e-mails, acesso às redes sociais ou necessidade de ler notícias publicadas em tempo real?
Conhecemos direitinho esse cenário: afinal, estamos mergulhados nele 24×7, certo?
E onde entra a audiodescrição?
Ela contribui para minimizar o colapso da nossa atenção: quando descrevemos um objeto – seja qual for – precisamos olhá-lo atentamente. Às vezes é necessário fazer pesquisas, para saber o que é. Só assim podemos traduzi-lo em palavras. Ou, ao ouvir uma audiodescrição, focalizamos nossa atenção no objeto, desligando-nos do entorno.
Aí está mais uma utilidade da audiodescrição!
Texto enviado pela colaboradora Marta Gil ().
Marta Gil- consultora na área da Inclusão de Pessoas com Deficiência, socióloga, Coordenadora Executiva do Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas, pesquisadora, colunista da Revista Reação; associada da Ashoka Empreendedores Sociais e membro do Conselho Curador do Instituto Rodrigo Mendes.
Autora do livro “Caminhos da Inclusão – a trajetória da formação profissional de pessoas com deficiência no SENAI-SP” (Editora SENAI, 2012), responsável pelo desenvolvimento da Metodologia SESI SENAI de Gestão e Qualificação Profissional para Inclusão de Pessoas com Deficiência.
A audiodescrição é um recurso de acessibilidade comunicacional que amplia o entendimento das pessoas com deficiência visual em todos os tipos de eventos, sejam eles acadêmicos, científicos, sociais ou religiosos, por meio de informação sonora. Transforma o visual em verbal, abrindo possibilidades maiores de acesso à cultura e à informação, contribuindo para a inclusão cultural, social e escolar. Além das pessoas com deficiência visual, a audiodescrição amplia também o entendimento de pessoas com deficiência intelectual, idosos, pessoas com déficit de atenção, autistas, disléxicos e outros.
Ou seja: a audiodescrição tem 1001 utilidades e traz ganhos para muitos grupos da população.
Gostaria de acrescentar uma utilidade: a audiodescrição também contribui para prender a nossa atenção. O post “A Internet: Vivendo em Bolhas e o Colapso de Atenção”, do Prof. Dr. João Luís de A. Machado inspirou este link entre a audiodescrição, a Internet e o que Eli Pariser chama “colapso da atenção”.
Explico: o computador, conectado à Internet e presente em nossa vida com suas luzinhas piscantes e chamadas sonoras, tiraniza nossa atenção.
Pariser constata que “A tarefa de examinar esta torrente cada vez mais ampla em busca das partes realmente importantes, ou apenas relevantes, já exige dedicação em tempo integral”. (negrito meu)
Por sua vez, o Prof. João Luís nos provoca:
Como está o seu autocontrole em relação à forma como lida com entrada de e-mails, acesso às redes sociais ou necessidade de ler notícias publicadas em tempo real?
Conhecemos direitinho esse cenário: afinal, estamos mergulhados nele 24×7, certo?
E onde entra a audiodescrição?
Ela contribui para minimizar o colapso da nossa atenção: quando descrevemos um objeto – seja qual for – precisamos olhá-lo atentamente. Às vezes é necessário fazer pesquisas, para saber o que é. Só assim podemos traduzi-lo em palavras. Ou, ao ouvir uma audiodescrição, focalizamos nossa atenção no objeto, desligando-nos do entorno.
Aí está mais uma utilidade da audiodescrição!
Texto enviado pela colaboradora Marta Gil ().
Marta Gil- consultora na área da Inclusão de Pessoas com Deficiência, socióloga, Coordenadora Executiva do Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas, pesquisadora, colunista da Revista Reação; associada da Ashoka Empreendedores Sociais e membro do Conselho Curador do Instituto Rodrigo Mendes.
Autora do livro “Caminhos da Inclusão – a trajetória da formação profissional de pessoas com deficiência no SENAI-SP” (Editora SENAI, 2012), responsável pelo desenvolvimento da Metodologia SESI SENAI de Gestão e Qualificação Profissional para Inclusão de Pessoas com Deficiência.